quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Um olho no Sarkozy e outro no cigano!

As medidas levadas a cabo pelo governo francês, sob a batuta de Nicolas Sarkozi, na expulsão dos ciganos romenos e albaneses tem obviamente originado enormes discussões e reacções por alguns parceiros europeus. Mas essa onda de reacções não foi tão dramática como se esperava, nem mesmo na própria França, o país do intocável “Igualité, fraternité, …”
E porque será? Será pelo facto do governo gaulês ter tido a coragem de por em prática aquilo que mais de metade dos cidadãos europeus pensa mas não tem a coragem de assumir? Esta politica é controversa e pisa terrenos extremamente sensíveis, na fronteira ténue entre o bom senso, justiça social e a xenofobia. E aqui é preciso ter muito cuidado pois o fantasma do nazismo, franquismo, salazarismo, conflitos étnicos sérvio-bósnios ainda pairam na velha Europa. Ora, desconhecendo eu todos os pormenores desta controversa decisão do governo francês e o modo como decorre na prática, limito-me a assumir que o que Nicolas Sarkozi pretende não é especificamente contra os ciganos mas quem vem para o país não para trabalhar mas para pedinchar e viver da esmola, dos assaltos ou mesmo dos subsidios da segurança social. E a segurança social francesa, com o seu invejável e alargado sistema de ajuda ao cidadão com menos rendimentos, chegou ao limite encontrando-se o seu futuro altamente comprometido. E se o alvo destas medidas forem especificamente os que não geram, nem querem gerar riqueza, então a decisão tem o apoio de muita gente e mesmo de alguns países europeus, como é o caso da Itália que também procedeu à expulsão de romenos, albaneses, sérvios e africanos. É muito fácil fazer demagogia com estas situações e sair em defesa das minorias trazendo à baila palavras fortes como racismo, xenofobia, desigualdade e injustiça. Mas para mim, nunca se tratou disto. Quando começámos a sentir na pele a falta de trabalho e a insegurança nas ruas com todas as ondas de assaltos e crimes, também foi fácil acusar os emigrantes, é certo! Mas, mais uma vez não podemos generalizar pois nem todos vêm para roubar. E aquilo que parece complicado pode tornar-se mais fácil se expulsarmos quem não tem cidadania portuguesa e que incorra num crime ou não tenha trabalho por mais de 1 ano (p.ex.). Para mim só faz falta quem vem para trabalhar e criar riqueza (desculpem a franqueza e rudeza). Foi assim com os meus pais que emigraram para França. Foram para trabalhar, ganharam o seu dinheiro e cumpriram com as normas e regras desse país. Não pode ser de outra maneira. Nada, e friso que, nada tem a ver com raças, religiões, etnias ou outras diferenças. Tem a ver com justiça e igualdade de oportunidades para com os que cumprem, os que trabalham e os que descontam os seus impostos. O resto são mesmo demagogias!

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