quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Politica

A política é uma chatice! Mas a política é necessária e imprescindível! A política é a expressão máxima dos ideais face à organização de uma sociedade! É o veículo único para a evolução e desenvolvimento desta! No entanto também pode ser a origem do caos, da crise, da guerra e por fim do declínio dessa mesma sociedade! A política é uma merda! Então mas se é tão importante e necessária porque é uma merda? Simples: porque é aplicada e usada por políticos! É neles (e no homem em si) que reside o problema! A política é um conjunto de ideias e ideais, regras, algumas mais rígidas que outras, outras mais utópicas que outras mas que servem de base à organização e administração de uma sociedade, grupo ou conjunto de indivíduos. Se não existirem pelo menos 2 indivíduos a politica não faz qualquer sentido mas para viver em sociedade ela é mesmo imprescindível. Poderão contrapor os mais cépticos e os mais anárquicos que esta só traz problemas, discussões, incoerências e desigualdades. Não deixa de ser verdade, mas se formos práticos temos: ou seguimos uma politica e as suas regras ou vivemos sem qualquer regra! A 1ª opção todos conhecemos bem e tem tanto de coisas boas como de aspectos negativos. Mas da 2ª opção apenas sabemos que esteve no inicio da base da constituição de todas as sociedades e… acabámos por evoluir. Era inevitável, pois viver em completa anarquia só funciona se o ser humano fosse perfeito, 100% justo e 100% correcto. Mas o ser humano é fraco, ambicioso e pode mesmo ser cruel! Haverá sempre quem ambicione ter mais que o estritamente necessário e pior ainda, ambicione a riqueza e a felicidade do vizinho. E depois, quem poderia impor regras básicas como o direito a usufruir do que o que ganhamos, comer o que cultivamos? Ou ainda garantir a nossa própria segurança ou a segurança da nossa família? Após a evolução humana desenvolver processos de socialização mais complexos tornou-se inevitável a existência de uma organização hierárquica, do estabelecimento de regras, do surgimento da política.
O grande problema da política acaba por ser o facto das pessoas se ligarem em demasia aos ideais que cada ramo enceta, esquecendo as verdadeiras necessidades dos indivíduos como parte integrante duma sociedade. Alguns ficaram completamente para trás neste processo evolutivo e vivem em autênticas utopias e sonhos completamente impossíveis de concretizar nos tempos modernos. Os extremos (tanto à esquerda como à direita) também nunca serão uma opção válida pois os desequilíbrios que causariam seriam tremendos. A política tem hoje uma forte influência na economia! Ou melhor: a economia tem uma influência fulcral na política e esta anda agora a reboque das teorias e realidades económicas. Com o processo de globalização a Economia tornou-se a fonte, a origem e causa de tudo e a Política acaba por seguir no seu encalço, “dançando” ao seu ritmo. Só com uma economia estável qualquer governo pode garantir um benefício social a todos os seus cidadãos. Quando, tanta vez, se diz que todos deveriam ganhar o mesmo, que deveria ser retirada riqueza aos mais ricos e distribuir pelos menos ricos, isso é um grande erro pois o que mexe qualquer economia é o investimento e a expectativa de obter resultados compensadores. Ora se me disserem à partida que mais de metade do que eu irei ganhar terei que devolver ao Estado, qual será o meu incentivo, a minha motivação? Por certo continuarei a viver com o meu ordenado, reduzido mas seguro e garantido!
O segredo é mesmo transformar riqueza económica em riqueza social e igualdade de oportunidades. Ora sendo eu economista isto acaba por ser um pouco contraditório pois qualquer pessoa com algumas noções de economia sabe que a riqueza se alcança com a exploração das desigualdades e aproveitando os recursos com preços baixos. Mas isto é a imperfeição de toda e qualquer teoria! Há bons exemplos de como se deve transformar a riqueza económica em riqueza e bem-estar da população. É o caso dos países nórdicos em que temos liberdade, notória qualidade de vida, um Estado liberal, democrático, pouco “pesado”, pouco interventivo e que apenas define as linhas mestras de organização da sociedade dando todas as condições necessárias aos seus cidadãos para que possam viver em harmonia, segurança e com igualdade de oportunidades. Também é certo que esta forma de organização resulta em grande parte da própria cultura dos seus habitantes pois têm uma perfeita noção do papel de cada individuo na sociedade bem como do seu Estado. São perfeitamente capazes de denunciar quem tenta quebrar as regras fugindo às suas obrigações. Um sueco ou Norueguês não hesita em denunciar um vizinho que foge ao fisco ao passo que um latino questiona o vizinho de como se pode, também ele, fugir às obrigações fiscais. Também não é menos correcto concluir que os Estados que não nos dão confiança e garantias acabam por perder todo o respeito dos seus cidadãos e ganham potenciais “inimigos” incumpridores. É uma pescadinha de rabo na boca! No entanto, não há dúvidas que todos os exemplos de cumprimento e respeito pelas leis terão que partir do Estado e das autoridades públicas, trabalhando para o Bem Público. Só assim, com alguns anos ou mesmo gerações a cultura cumpridora dos cidadãos irá a reboque e será possível atingir uma boa harmonia entre estes 2 pratos de mesma balança.

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