quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ocupado!

O opinador anda ocupado! Para além duma fase de intenso trabalho está envolvido na organização de uma prova de BTT juntamente com a AREPA, o 3º circuito BTT Terras do Toiro que se vai realizar no dia 21 de Novembro (ver em www.terrasdotoiro.com).
Mas melhores dias virão, com mais tempo para opinar!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O paraíso da biodiversidade à porta de casa



O presente ano de 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade. Todos gostamos de ver os belos documentários BBC ou National Geographic sobre o mundo natural e o mundo selvagem. Fomos até surpreendidos, que nem uns ignorantes, pelo documentário National Geographic das coutadas e dos montados filmado em Portugal, mais concretamente entre o Ribatejo e o Alto Alentejo. Mostraram-nos uma diversidade de espécies que nos deixou perplexos e extasiados e onde surgem entrevistas aos velhotes que ali habitam desde que nasceram, e muitos deles desconheciam grande parte dos animais e plantas com que interagem há anos. Ora circunscrevendo ainda mais este assunto ao nosso concelho, grande parte dos residentes desconhece também a espantosa riqueza de flora e fauna que temos a metros da nossa porta! Está mesmo ali, só precisamos sair das estradas principais e entrarmos nos caminhos rurais, nos arrozais, nas herdades, nas charnecas e montados.



O concelho de Benavente é um dos maiores do país e dos mais ricos em flora e especialmente avifauna. A Reserva Natural do Estuário do Tejo é a maior zona húmida do país e a 2ª maior da Europa e está “plantada” em plena freguesia de Samora Correia, seja na zona da Ponta d’Erva, da zona de Pancas ou nas Salinas de Samora (não Alcochete). Quantos de nós já exploraram bem estas zonas? Dar uma caminhada nesses locais, tentando não perturbar as espécies residentes, ver os Flamingos que todos os anos nos visitam (Setembro a Outubro) na sua rota migratória para África, ou todas as outras aves que ali se encontram? É um autêntico santuário de aves! São aos milhares, de variadíssimas espécies. Nem tudo está mal… creio até que muitas das populações têm vindo a aumentar. Serviu também a consciência (e multas) dos próprios caçadores pois antigamente disparavam contra tudo o que mexesse (águias, corujas, milhafres, garças).
Mas, tal não é a riqueza da nossa zona que nem é totalmente necessário ir para as zonas de Reserva pois só caminhando pelo valado da Herdade das Silveiras (perto da pista das avionetas) já vemos uma imensidão de aves: desde os típicos bic-clacs, verdelhões, tintelhões (ahhh tantas vezes a armar ao visgo para apanhar estes passarinhos…), Cegonhas, Garças, Milhafres, Corujas, Bufo-Real, patos bravos, perna-longas, Alfaiates, Galinhas d’Agua, etc, etc (até pareço um entendido... ).



Temos ainda a zona do Sorraia no Biscainho, Aldeia do Peixe ou Barrosa. Nas zonas de montado e sobreiros temos os coelhos, raposas, javalis, furões, ouriços, etc. Por acaso furões e ouriços já avisto muito raramente. Tenho notado igualmente, um decréscimo no nº de vezes em que via batráquios e répteis. Há uns 10-15 anos lembro-me de dezenas de cobras e outros lagartos perto da casa dos meus pais a cruzarem a estrada no Verão. Lembro-me até de ver bastantes saramantigas ou salamandras.



É um ser um pouco repugnante mas ao mesmo tempo singular e fascinante. Poderá haver muita gente que se questiona qual a importância dos horríveis sapos, lagartos, cobras, moscas nojentas, mosquitos, carochas, etc. Mas eles são a parte mais importante de toda a pirâmide da biodiversidade animal pois estão na base e todas as outras depende delas. Os belos Flamingos, as Cegonhas, as Garças, as corujas… todos dependem destes bicharocos que chegamos a odiar mas que devemos defender a todo o custo. Toda esta riqueza tem-me suscitado algumas questões, nomeadamente:

- Existe algum estudo detalhado da fauna e flora circundante?
- Alguma vez foi solicitado? Está actualizado?
- Porque não tomar essa iniciativa? Utilizar jovens biólogos e zoólogos finalistas ou desempregados residentes no concelho ou concelhos próximos ou ainda uma parceria com uma universidade da especialidade. Estas entidades anseiam por projectos deste género.
- Saber quais as espécies residentes, qual o seu numero, identificar as mais populosas e principalmente as espécies em risco. Será que a abundante população de cegonhas não é agora excessiva e poderá estar até a prejudicar outras espécies? Não sei… não sou biólogo ou zoólogo!




Era importante um estudo detalhado sobre o impacto da população humana residente, comércio e industria do concelho, no habitat dessas espécies. Planos de acção e comunicar às populações os resultados (sim… e não fazer com que seja mais um estudo com um monte de dossiers que fica arquivado numa caixa numa sala escura). É necessário informar essas mesmas populações de como elas próprias podem ajudar na preservação deste habitat que é incrivelmente rico e que está aqui, mesmo à nossa porta! Somos abençoados por isso!

domingo, 10 de outubro de 2010

Autocrítica

Um destes dias muito recentes, uma das três pessoas que lê este blog, que só por acaso é um dos meus amigos e que sei que o lê só para não me desapontar, disse: “ahhh… tu agora andas muita (sublinho “muita”) político!”. Eu corrigi e disse: não é político, é crítico! E eu não “ando”, sempre fui! Isso é inquestionável! Se há pessoa que está sempre a criticar, sou eu! Só que tenho uma grande virtude: é que o meu primeiro alvo de crítica sou eu próprio (moi même... mesmo que não o exponha aqui, a minha autocrítica é constante, está sempre cá)! E isso dá-me automaticamente permissão de criticar quem quer que seja e o que quer que seja e sem pudor ou vergonha! A minha única regra é ter o mínimo de fundamento! Ou então não… por vezes pode-me apenas apetecer! Mas eu ultimamente até sou mais selecto, mais elitista, mais fino e requintado! Os meus alvos de critica são normalmente pequenos pormenores, pequenos detalhes e sobre aquilo que me está mais próximo. Por isso escrevo tanto sobre as condições de vida e situações no meu concelho e na minha terra. O factor que me leva a escrever é completamente aleatório e responde apenas a um desígnio: o meu estado espírito! É como o palhaço pobre e o palhaço rico! Tão depressa temos o Daniel, o Chato, como temos o Daniel, o Palhaço! Olha… aguentem-se! (pronto.. acabei de perder os três leitores)."

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ecopontos desactualizados e falta de limpeza nos contentores do lixo

Num simples passeio por Samora Correia ou Benavente podemos concluir que a CMB dispõe de vários locais de recolha de lixo selectiva (os chamados ecopontos) e até parecem ser abundantes e suficientes. Pelo menos falo por mim já que no Bairro da Esteveira existem bastantes ecopontos. Por certo haverá quem se queixe e não tenha um destes centros perto de si. Pessoalmente, uso frequentemente o ecoponto e faço a separação do lixo. Não sei qual a percentagem de reciclagem do lixo recolhido no concelho mas nem que sejam somente 5%, são 5% em largas toneladas e como tal creio valer a pena. Mas o sistema de recolha de lixo no concelho de Benavente está longe de ser o ideal e totalmente eficaz. Digo isto porque já todos reparámos maus cheiros que estes ecopontos emanam. Começando pelos próprios ecopontos, estes estão completamente desactualizados pois noutros locais estes centros de recolha de resíduos estão enterrados no subsolo, ficando apenas à vista a abertura por onde lançar o lixo. Ora esta solução acaba por ser vantajosa em vários pontos: reduz os cheiros, é esteticamente muito mais agradável, não há restos de lixo ao lado nos contentores que ficam à mercê dos cães e gatos e dão um aspecto horrível às ruas. Não se percebe é porque a CMB não aderiu já a estes modernos ecopontos e continua a insistir nos ecopontos desactualizados e imundos. Pior ainda é o facto destes actuais ecopontos não serem alvo de lavagens e desinfecção regulares como eram os antigos contentores normais onde logo após a recolha passava um veiculo próprio que procedia à sua lavagem. Será que a CMB não incluiu este serviço no seu contrato de concessão de recolha dos ecopontos?
Talvez esta situação dos ecopontos até nem seja assim tão gritante ou estranha pois a CMB já nos vem habituando a ser uma câmara desactualizada e parada no tempo (as piscinas, os courts de ténis, os pavilhões foram sempre feitos, é verdade, mas sempre com 5-10 anos de atraso. Sempre!). Deste modo, lá devemos esperar por uma solução aí para o ano de 2015...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Halibut: a verdade inconveniente

Se há produto de utilização universal e consenso global é a pomada Halibut. É daquelas marcas que cresceu connosco, é como se fosse um amigo de escola, da pré-primária que esteve ali… sempre a nosso lado, nos bons e maus momentos. Mas o curioso é que não me recordo nunca de o ter usado. Posso até ter sido todo besuntado dos pés à cabeça, pela minha mãe, quando era apenas um bebé mas jamais me recordo de ter recorrido a esta pomada “milagrosa”. Mas também duvido disso pois eu iria recordar-me de certeza, tal foi chocante e arrepiante a minha recente experiência. Passo a explicar. Desde há uns dias que tenho um eczema/comichão numa daquelas zonas duvidosas que ninguém duvida… nas entranhas mais profundas e obscuras dum ser humano. Aquelas, que podem passar anos e anos e até mesmo um século inteiro, sem verem um mísero raio de luz. Já agora alguém me podia explicar porque sendo uma zona sempre tapada e escondida, tem sempre um tom bronzeado e escuro? Podia-se dissecar sobre isto!!! (se bem que juntar a palavra dissecar e órgãos genitais na mesma frase é um pouco arrepiante). Voltando à minha experiência, decidi fazer algo para aliviar esta incómoda situação. E então recorri ao mítico Halibut. E nasce aqui a minha desilusão: sempre vi o Halibut como algo sagrado, milagroso, de qualidade e eficácia inquestionáveis. Quando abria uma gaveta e via a embalagem era como se tudo à volta parasse, escurecesse e dessa embalagem emanasse uma luz divina, clara e pura como um cristal. Cheguei mesmo a ouvir os anjos cantando: “Aleluia, aleluia, Halibute, aleluia…” (ou então foi quando vinha de alguma noite mais bebida e animada!!). O que é certo é que me dava um certo conforto só de saber que tinha ali um amigo, uma segurança, um apoio. E agora, aos 35 anos, tive mesmo que recorrer a esta pomada apelidada de milagrosa, capaz de tranquilizar o rabo mais irritado de um doce bebé. E tal não é a minha desilusão quando começo a utiliza-la e constatei que era uma pomada espessa como argamassa de betumar paredes, e ao invés de um aroma reconfortante com toque de lavanda, flores do bosque, aloé vera… NÃO: cheira a banca de peixaria de mercado mal lavada… um cheiro a “peixum” que não se pode! E está mesmo lá escrito na embalagem: óleo de fígado de bacalhau!!! Assim para além de continuar com a comichão, tenho agora as partes baixas a cheirar a peixe morto! Bolas, mas que mal fiz eu!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Semana da mobilidade/Dia Europeu sem carros: e usar a bicicleta?!?!? e as ciclovias?!?!

Nem mais a propósito: hoje é o Dia da Mobilidade e Dia Europeu sem carros. É também mais um dia de hipocrisia dos nossos políticos que neste dia (e apenas neste dia) vão para os empregos de transportes públicos ou mais audazes ainda... vão de bicicleta. Depois passa, e no dia seguinte já não há uma única palavra e artigo sobre a politica da mobilidade. Tudo permanece inalterado! Esta questão é-me realmente sensível pois pertenço a um clube de BTT e sou adepto fervoroso da bicicleta tanto para lazer como para uso diário. E após visitar algumas capitais europeias fiquei ainda mais desiludido com o conformismo e comodismo português. Em cidades como Amesterdão, Genebra, Bruxelas, Frankfurt o uso da bicicleta é banalizado e faz parte até da cultura. E saliente-se que são cidades onde os meses de Inverno superam os meses com temperaturas amenas. As pessoas vão às compras nas suas bicicletas, vão para os seus trabalhos e vão até para as discotecas e bares à noite. É outra cultura! Não há presunções. E falo em presunção pois parte da razão que leva o português a não utilizar a bicicleta é porque… não fica bem! Parece coisa de pobre! Ou então… é sempre mais interessante aparecer no belo carro que numa bicicleta. Depois temos o conformismo pois conheço várias pessoas que vão de carro comprar o pão ou beber o café à pastelaria que fica a um mísero quilómetro. Só o trabalho de por o carro a funcionar e depois encontrar estacionamento... deixa-me perplexo! E também há o velho mito de que não temos condições para andar de bicicleta. Isso até é verdade em algumas cidades, incluindo o centro de Lisboa. Mas depois temos todas as nossas pequenas cidades e vilas muito menos exploradas e mais espaçosas mas onde nunca existiu esta preocupação de criar ciclovias nem incentivar o uso da bicicleta. Aqui, mais uma vez, encaixa-se o nosso concelho de Benavente. Creio não existir uma única ciclovia em todo o concelho!!!! São muitas as urbanizações que surgiram nos últimos 10 anos e algumas até têm pequenos jardins e parques infantis. No entanto é lamentável não ter sido contemplado no plano urbanístico espaço próprio para ciclovias. A CMB mostrou-se mais uma vez retrógrada e parada no tempo e colocou em causa soluções futuras pois apenas reservou espaços para os passeios e obviamente não poderemos agora substitui-los por vias próprias para as bicicletas. Isto é para mim de uma irresponsabilidade e falta de visão gritantes. Deixa-me muito desiludido pois reserva um futuro tristonho e limitado já que não bastará contemplar uma ciclovia num novo bairro quando o bairro vizinho, mais antigo, não poderá dar continuação a essa solução.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Refinado ou esquisito?

Enquanto aguardava ao balcão pela minha tosta reparei no requinte, na excelência e refinada exigência do cliente português. “Olhe, se faz favor, é um café curto, mas não muito, numa chávena longa mas não escaldada!”; “Para mim é uma tosta mista, com uma fatia de fiambre fininha, mas com pouca manteiga e só de um lado.”; “Pode-me dar um galão pouco escuro e não muito quente?”. Bolas!!! Mas o que é isto? Já visitei alguns países tanto na Europa, como na Ásia e até América e… nunca vi isto em lado algum! Juro! Eu próprio também sofro (moderadamente) desta fineza e primor e, distraidamente, também dei comigo a fazer uma ou outra exigência num café ou restaurante situado num desses países. A reacção é instantânea: não percebem, mostram estranheza, repudio e fazem um olhar que rapidamente me demove de qualquer requinte e apenas rezo para que o meu pedido não traga nenhuma cuspidela ou bicharoco só por vingança. Não podemos fazer mais que um pedido (p.ex. uma garrafa de água, sff), ou no máximo 2 pedidos num só (p.ex. uma garrafa de água fresca, sff) e mesmo este ultimo tem fortes probabilidades de não ser atendido na totalidade. Dão-nos a garrafa de água natural e dizem “ok, ok” acenando com a cabeça de facilmente percebemos que nem vale a pena insistir.
Assim, torna-se bastante interessante analisar este “requinte” e este elevado grau de exigência do típico português. Poderá ser fruto do nosso gosto refinado pois sabemos o que é bom, mas também poderá ser um pouco…sei lá… estúpido e mesquinhice parva!?!?! É que conhecendo nós algumas dessas pessoas (sim, todos nós conhecemos alguém assim), a fazer esses detalhados pedidos, o seu grau de exigência no balcão do café não é o mesmo que tem com o seu filho na escola (onde não comparece a nenhuma das reuniões de pais), com o condomínio do seu prédio (onde nem sequer se digna a comparecer na reunião mas critica tudo e todos com quantos dentes tem na boca) e tem a mesma atitude para com o estado, o governo e a politica do país onde nem sequer se dá ao trabalho de ir votar. Este é o típico português! Não somos todos assim, felizmente, mas existem muitos, muitos mesmo (de qualquer idade ou estrato social). Podemos ser pobres, extorquidos pelo estado, prejudicados pelo sistema (Justiça, Saúde ou Educação). Não faz mal! Barafustamos mas aceitamos, mas dá-nos um gozo enorme beber aquele café curto, mas não muito, servido numa chávena grande não escaldada e sem açúcar mas sim adoçante! E ai do empregado que não atendeu bem ao pedido!

Samora Correia: o colonato

Parece que a nova revisão do PDM no concelho de Benavente está à porta. E esse facto trouxe-me à memória um outro facto e, para mim, bastante grave:
Samora Correia vive uma autêntica situação de colonato! E porque digo isto? Quando ganhei a minha independência financeira pensei em dar um gigante passo para a vida adulta autónoma ao começar a procurar uma casa para comprar, em Samora… claro! Os meus pais têm uma quinta na rua dos operários agrícolas com algum terreno disponível, logo uma hipótese colocada foi a de utilizar uma parcela e construir uma vivenda! Questionados os serviços camarários, rapidamente me foi informado que seria impossível pois tratam-se de terrenos agrícolas classificados pelo PDM e onde não é permitido construir. Ora, de terrenos verdadeiramente agrícolas já pouco ou nada subsiste. Apenas 3 dos meus vizinhos continuam a cultivar as terras. O resto são vivendas e residências pertencentes a pessoas que têm outros trabalhos muito diferentes das artes de trabalhar o solo. Mas até aqui, nem era assim tão escandaloso. O pior foi quando me apercebi que mesmo na frente da casa dos meus pais “nascem” 4 armazéns de razoável tamanho, mesmo ali a 50 metros!!! Pois, é que o lado direito no sentido de quem vai para a Sabamar está surpreendentemente classificado como área industrial!!!! No mínimo inacreditável! Foi quando atentei mais detalhadamente sobre este assunto das áreas industriais e eis que ainda fico mais escandalizado. É que estão classificadas como áreas industriais as seguintes zonas: Murteira, Zona dos armazéns chineses do Porto Alto até ao Modelo, Rua dos operários agrícolas, a zona junto à área residencial do Bairro Nª Srª Oliveira no sentido de Samora-Porto Alto. Então se pensarmos um pouco e tendo em conta que os rios Almansor e Sorraia limitam as outras extremidades da cidade podemos facilmente concluir que não sobra espaço algum para Samora Correia crescer. Asfixiaram a nossa cidade! E isto não é qualquer exagero ou alarmismo banal! Transformaram Samora Correia num verdadeiro colonato! Como foi possível estas decisões terem sido tomadas ao abrigo de um estudo “detalhado e rigoroso” que serve de base ao PDM e como foi possível o poder politico e as forças politicas que, acima de tudo representam a população Samorense, terem permitido esta atrocidade? Eu como residente assumo a minha culpa por não me ter apercebido de tal “crime” e não me ter insurgido contra esta situação e principalmente por ter confiado nos responsáveis políticos que elegi e que sempre pensei que zelavam pelo bem-estar público de todos nós. Não quero ser negativo e pessimista mas o que vamos fazer agora? Mandar abaixo os pavilhões e armazéns já erguidos? Não acredito que haja coragem para tal. Resta-me morar neste colonato e demonstrar a minha indignação. Prometo também estar mais atento aos projectos futuros de alteração do PDM (Planeamento De M...).

domingo, 12 de setembro de 2010

Companhia das Lezírias ao serviço de Samora

Não nasci em Samora, mas aqui cresci e amo esta terra mais que muitos que aqui nasceram, tenho a certeza disso! Cresci e brinquei muito na Murteira e nos terrenos de Belmonte e Vale Cabras pertencentes à Companhia das Lezírias (CL). Guardo com ternura e muita saudade esses belos tempos e essa liberdade de poder usufruir dum local fantástico em pura harmonia com a natureza e com o campo. Alguns familiares meus trabalharam uma vida para servir orgulhosamente esta entidade que foi das maiores empresas agrícolas da Europa. A ela devem muito mas acho que a CL mais lhes deve pois foi com a força dos seus braços que se ergueu esta grande “empresa”. Do trabalho humilde dos milhares de trabalhadores que por ali passaram.
Mas actualmente esta grande entidade parece estar de costas voltadas para a sua terra, Samora Correia. Digo isto pois o acesso aos belos locais e propriedades da CL encontra-se limitado e circunscrito a caçadores e burgueses de Lisboa e Cascais que pagam valores elevados para fazerem as suas caçadas ou outras actividades por intermédio de empresas de eventos. Então e o povo? E os samorenses? Aqueles que vivem lado a lado com estas herdades e cujos pais, avós ou tios serviram esta empresa durante tantos anos? É compreensível que os tempos sejam outros e que haja muito vandalismo e assaltos, e, há realmente a necessidade de vedar as propriedades. Não estou a reivindicar que se tirem as cercas e portões, apenas que se encontrem soluções para que a população em geral possa usufruir mais desta riqueza natural aqui mesmo a nosso lado. É que Samora Correia tem das maiores zonas de campo do país mas, ao contrário de outros concelhos vizinhos (Coruche, Salvaterra, VFX) NÃO TEM NENHUM ESPAÇO DE CAMPO para fazer um picnic, pescar, para dar um passeio de bicicleta ou levar a família. Quando trouxe um casal amigo de Alverca e tivemos que ir para a Barragem de Magos para fazermos um picnic em plena natureza, eles nem queriam acreditar como era possível Samora Correia estar totalmente rodeada de campo, planícies, montados e não existir nenhuma estrutura para tal. E parece mesmo surreal, mas é um facto!
Aquilo que proponho é a criação de uma parceria entre a CL, a JF Samora e a CMB para que se crie uma área de acesso livre (p.ex. a barragem de Vale Cobrão, que tanta tradição tem junto da população samorense), com infra-estruturas próprias, caixotes do lixo, mesas e bancos, zonas para fazer lume, vedada no seu perímetro para evitar abusos e com a contratação de um segurança privado que poderia até fechar o portão à noite em horário a decidir. Será muito difícil chegar a esse consenso? É que não gostava de passar essa vergonha de novo, de trazer pessoas de fora e ter de levá-las para outras localidades.

Zona ribeirinha de Samora e a degradação dos espaços verdes

Indo directo ao assunto e ao que importa: segundo o que consta há uma parte da zona ribeirinha que está sob a alçada das entidades que gerem os recursos hidrográficos e não da CM Benavente ou JF Samora Correia. Eu digo: não sei se assim é, e como munícipe nem quero saber pois não me diz respeito. O que eu, e mais de metade da população de Samora queremos é, utilizar este espaço condignamente. Que esteja, no mínimo, limpo e utilizável e que permita vermos o rio e a lezíria na sua plenitude. É que se torna difícil com aqueles arbustos que crescem selvaticamente junto ao rio e a relva que mais parece erva daninha. Esta é das zonas mais interessantes e conseguidas da cidade de Samora, é bastante visitado e utilizado por famílias inteiras, principalmente ao fim de semana. Tem sido também, e bem, utilizada em vários eventos. Pela sua importância, relativa beleza e grande utilidade pública é que não se compreende como é deixada ao desmazelo e descuido das entidades responsáveis. Ao que consta houve adjudicação para uma nova empresa de limpeza e jardinagem mas o “rigoroso” processo de selecção acabou por escolher uma empresa que em termos de qualidade deixa muito a desejar. Espero apenas que no contrato (isto se existir um contrato de prestação de serviços) esteja definido os parâmetros de qualidade do serviço e que a CMB faça cumprir o mesmo sob pena de o anular.